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Após noticiar piora de R.R. Soares, publicação incentiva ódio contra cristãos

Após noticiar piora de R.R. Soares, publicação incentiva ódio contra cristãos

Ele precisou ser internado devido a gravidade do caso, mas, logo após noticiar a piora, a reportagem criticou sua conduta como missionário

Infelizmente, temos visto nos jornais nos últimos tempos muitas notícias de mortes e internações devido a covid-19.

As celebridades, autoridades e diferentes pessoas públicas naturalmente ganham mais destaque, por serem conhecidas do público. Mas, devido a polarização, intensificada neste período, a forma como se divulgam os casos difere muito, de pessoa a pessoa.

Um exemplo disso foi a maneira como o jornal Folha de S. Paulo divulgou a possível intubação do pastor fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, R. R. Soares, de 73 anos, que foi desmentida posteriormente pelo filho do missionário, David Soares. Ele disse que o pai está internado sim, pediu orações por ele, mas negou que ele estivesse intubado.

Em todo caso, após noticiar a piora do quadro dele, a reportagem citou que “no início da pandemia R.R. Soares promoveu cultos transmitidos pela RiT (Rede Internacional de Televisão, da qual é dono) e pela internet em que pedia aos fiéis que fizessem doações por meio de transferências bancárias ou nas lotéricas pelo período que durasse a emergência.”

Além disso, destacou que o pastor “promoveu curas milagrosas para a covid-19”:  “Em abril do ano passado, ele ensinou uma oração que ‘expulsaria’ o vírus do corpo. ‘Corona, sai daquela pessoa no hospital agora, em nome de Jesus Cristo. Vai embora, acabou. A bênção chegou e todo o mal está desfeito. Em nome de Jesus Cristo. Aí você levanta os braços e diga: ‘Obrigado, Jesus, eu creio”.

Respeito apenas para alguns

Há muitas problemáticas nessa publicação, e também em outras similares, mas duas não podem ser deixadas de lado.

A primeira é a banalização do trabalho do missionário. É sério mesmo que, logo após a notícia de que ele poderia ter sido intubado, a informação mais relevante foi o fato de ele ter pedido doações para sua instituição?

A segunda é a ironização da fé alheia, ou seja, com esse tipo de atitude todos os cristãos se sentem atacados. Afinal de contas, que bom cristão não crê no poder de suas orações?

Não imagino a mesma reportagem fazendo tamanho pouco caso com líderes ou pessoas comuns de outras religiões.

Aliás, vale citar que muitos famosos que foram intubados ou morreram de covid-19 postaram fotos, semanas antes de adoecerem, em viagens ou em aglomerações, por exemplo. Não vi os jornais ou sites de fofoca divulgarem tais feitos, por uma questão de respeito. Infelizmente, essa tolerância só serve para alguns, pelo que estamos vendo.

Escolhendo a fonte

Não frequento a igreja de R. R. Soares sequer o conheço, mas, como jornalista, fico bem chateada quando leio matérias como essa que, em algumas linhas, diminuem o trabalho de toda uma vida, simplesmente por não concordar com ele, por raiva ou perseguição.

Assim, fica claro que há um olhar de desprezo para toda a classe dos cristãos. Uma bolha jornalística ainda incentiva o pensamento de que quem segue essa fé é “bandido” e “persegue pessoas de outras religiões”. 

Os casos de intolerância religiosa podem ser denunciados pelo Disque 100, número de telefone do governo criado em 2011, que funciona 24 horas por dia

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Diante deste cenário, é preciso lembrar que, todos os dias, segundo a Lista Mundial da Perseguição 2021, o último relatório anual da missão Portas Abertas, 12 templos ou edifícios cristãos são atacados. Diariamente, pelo menos 13 cristãos no mundo todo são mortos por causa de sua fé. Além disso, 340 milhões de cristãos vivem sob perseguição, alta, severa ou extrema, contrariando as expectativas de liberdade do século XXI.

E matérias desse tipo só contribuem para que esses números aumentem. Então, se desejamos que haja respeito para todos não podemos dar audiência para quem se preste a propagar o ódio.

Dificilmente você verá numa reportagem que incentiva a intolerância frases como: “Odeio essa pessoa”, “Vamos cancelá-la” etc. A crítica e o desprezo estão nas entrelinhas. Por isso, é preciso desenvolver um olhar crítico para poder identificá-los.

Enquanto o ódio estiver disfarçado de amor, a sociedade seguirá doente.

FONTE: r7.com

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